Numa manhã qualquer, de 1985, às 11 horas, estávamos eu, Adriano e Dimas, no antigo Aeroporto de Natal, à espera da aeronave Boeing 737-300//TRANSBRASIL, que nos conduziria a Recife, onde participaríamos de um curso promovido pela empresa em que trabalhávamos.
Naquele momento, o avião cumpria voo proveniente de São Paulo, faria escala em Natal, voaria até Fernando de Noronha e estaria de volta para, então, voar o nosso trecho. Estava, pois, muito atrasado. Às 14 horas, embarcamos.
A tarde era ensolarada, mas, aproximadamente a dez quilômetros da cabeceira da pista de decolagem, pude ver uma formação aterrorizante do tipo *cumulonimbus* que, julguei, seria evitada, de conformidade com as normas de segurança.
Para minha surpresa, a tripulação técnica resolveu encarar o "monstro", e, em pouquíssimo tempo estávamos metidos num voo super perigoso, dentro de uma tempestade.
Percebi que a situação era extremamente arriscada quando, aos solavancos, enfrentávamos raios que se apresentavam como se apenas eles, além da aeronave, estivessem no ar. As comissárias de bordo e alguns passageiros, não tardou, choravam copiosamente.
O voo, que seria realizado em 40 minutos, aproximadamente, durou mais de uma hora, mas, finalmente, pousou no Aeroporto dos Guararapes, onde chovia muito.
De lá, um táxi nos levou ao hotel em cujo "american bar" bebemos todo o estoque de cervejas. Era a primeira viagem do amigo Dimas que, desde então, relembra o fato todas as vezes em que nos encontramos. Penso - não tenho certeza - que ele nunca mais voou (risos).